Lançamento o livro no dia 12 de Setembro, 2015 nas galerias da Biblioteca Municipal Almeida Garrett, localizada nos Jardins do Palácio de Cristal, pelas 17H00
"As Nossas Memórias - as fontes" com edição da Afrontamento
Texto de Maria Arminda Santos lido no lançamento do livro
AS NOSSAS MEMÓRIAS- AS FONTES DO PORTO
FALAR DAS FONTES É COMO CITAR A CIDADE QUE AMAMOS - O PORTO.
É CONHECER AS SUAS RUAS, RUELAS, ESCADAS, PÁTEOS E SEUS COSTUMES, GLÓRIAS E DEVANEIOS.
É TENTAR SENTIR AS PESSOAS QUE A POVOARAM ONTEM E AS QUE NELA VIVEM HOJE.
É COMPREENDER O ARTÍFICE, O CANTEIRO,E O ESCULTOR ANÓNIMOS QUE AS TALHARAM, EMBELEZARAM E ENRIQUECERAM AO GOSTO DA ÉPOCA E DOS ESTILOS.
É RECOLHER A SUA IMPORTÂNCIA CÍVICA E UTILITÁRIA PARA AS COMUNIDADES DE ENTÃO.
É IMAGINAR SÍTIOS DE CONVIVIO, TROCA DE OLHARES, SEGREDOS, RISOS E PALAVRAS SOLTAS OUVINDO O SUSSURAR DAS ÁGUAS.
FALAR DAS FONTES
É FALAR SOBRE A NOSSA CIDADE E FICAR COM A SENSAÇÃO QUE A AGITAMOS OU A COLORIMOS, INVENTAMOS CENÁRIOS E COLOCAMOS FLORES NOS JARDINS.
É AQUECERMOS SÍTIOS, MESMOS OS MAIS FRIOS E SOMBRIOS, FALAMOS COM PERSONAGENS ANTIGAS, ACOLHEMOS OS SEUS SABERES, AS TRADIÇÕES, SENTIMOS OS CHEIROS E SABORES.
É SENTIRMOS A SUA DISPARIDADE SOCIAL, AS ANGUSTIAS E ESPERANÇAS.
FALAR DA NOSSAS CIDADE – O PORTO - É UMA CONVULÇÃO CONSTANTE QUE NOS APELA Á LENDA E Á REALIDADE.
É ENTENDER AS “ BREJEIRICES “ OS FÉRTEIS CÓDIGOS COMUNICACIONAIS QUE NÃO OFENDEM, MAS QUE MARCAM A DIFERENÇA. SÃO AS EXPRESSÕES QUOTIDIANAS QUE CONGREGAM UMA GENUIDADE PRÓPRIA, MUITO CARACTERÍSTICA DE VIVÊNCIAS DE UM POVO QUE VIVEU A REVOLTA DO PAPEL SELADO, O CERCO DO PORTO, VÊ PASSAR OS PEREGRINOS PARA SANTIAGO, SE CURVOU SOBRE O PESO DA CARQUEJA, NÃO SE RENDEU ÀS INUMERAS INUNDAÇÕES, CONSTRUIU CARAVELAS, DISPENSOU AGUADA, DESOBEDECEU AO REI E SATIRISOU A BISPO.
DIVERTIU-SE COM AS CANTIGAS DO “ CARTOLA “ OU COM O PEDANTISMO FALIDO DO“ MARTINHO”.
É RECORDAR UMA CIDADE QUE MERECEU GUARDAR O CORAÇÃO DE UM REI E QUE CONHECE OS SEUS ARTISTAS, ESCRITORES E POETAS COMO UM LEGADO HISTÓRICO INACABADO.
TUDO ISTO CERTIFICAR QUE TEMOS MEMÓRIA DE FORMA MARCANTE APESAR DA SOFISTICADA TECNOLOGIA, DO ILUSÓRICO LONGINQUO MUNDO, VISTO COMO IGUAL PARA TODOS, QUE A PROPALADA GLOBALIZAÇÃO NÃO CONSEGUI DELITAR.
OS AUTORES DESTE LIVRO COM FORMAÇÃO E PERSONALIDADES DIFERENTES, PROCURARAM DAR IMPORTÂNCIA AO RECOLHER, INVENTARIAR, FOTOGRAFAR E ESCREVER PEDAÇOS DO PASSADO. ALÉM DE VALORIZAR O SIGNIFICADO DA ARTE, DA ESTÉTICA E DA LENDA HISTÓRICA A PAR DA VONTADE DO HOMEM, QUE VAI IMPRIMINDO O SEU DEVER DE CIDADANIA, AO LONGO DOS TEMPOS, AS SUAS VIVÊNCIAS QUOTIDIANAS COMO NECESSIDADES SÓCIO - CULTURAIS E DE SOBREVIVÊNCIA.
NA CONSTRUÇÃO DESTE TRABALHO, A QUE OS AUTORES, DEDICARAM MUITO DO SEU TEMPO TENDO COMO OBJECTO, PROMOVER A CULTURA E A PAZ, BEM COMO PRESERVAR O PATRIMÓNIO LOCAL, ATRAVÉS DA FORMAÇÃO CÍVICA DOS SEUS MEMBROS E NORTEADA PELOS IDEAIS DA UNESCO.
PORTO 12 DE SETEMBRO 2015
FEIRA DO LIVRO.BIBLIOTECA ALMEIDA GARRETT

Texto de Maximina Girão lido no lançamento do livro
Gostaria de
começar por salientar, que todos nós, autores desta obra, com a idade que todos
já temos (e não é difícil adivinhar isso), após uma vida de trabalho intenso,
não arrumámos as malas… assumimo-nos como “guardadores
de memórias”, aquelas que, ao longo dos tempos, fomos
adquirindo/assimilando e registando. Mas, essas memórias que todos fomos
guardando, não as queremos só para nós, queremos transmiti-las, divulgá-las,
fazer renascê-las para que não morram e para que os cidadãos do presente as
conheçam e as respeitem, dando-lhes vida e sentido de existência.
Sabemos que
hoje, o fascínio pela História e pelo passado, decorre do facto de vivermos
numa sociedade globalizada, artificialmente homogeneizada e, por esse motivo,
se procura na História um fundamento que nos situe, que nos diferencie, que nos
identifique, porque precisamos de saber quem somos e porque somos como somos.
Por isso, o vínculo entre as pessoas e o território é cada vez mais necessário
para fortalecer os laços entre o cidadão e o espaço que habita.
Daí, que este
livro, além de dar a conhecer um elemento do nosso património construído - as fontes, também pretende que,
conhecendo melhor a sua existência se goste e se preserve - é isto o fundamento
da educação patrimonial: conhecer/amar para preservar!
A questão da
educação patrimonial é quase obrigatória nos dias que correm, pois é um
problema que invade a sociedade e que exige dela uma resposta adequada, um
tratamento que motive os jovens e o cidadão comum para um outro olhar sobre as
realidades patrimoniais, desenvolvendo capacidades de investigação e de
«leitura» histórica do património, bem como atitudes de cidadania que se
traduzam na defesa e preservação do que constitui parte integrante e
significativa do percurso temporal da sociedade em que nos inserimos, de modo a
que, cada um de nós, possa contribuir para uma melhor compreensão do universo
sócio-cultural que nos rodeia.
O que se
pretende, então, com esta obra é divulgar, dar a conhecer para que este
património seja mais preservado e mais observado de uma outra forma, porque
podem ter sido já publicadas muitas obras sobre fontes, mas, ou estão
esgotadas, ou não tiveram a necessária divulgação, ou ficaram esquecidas nas
estantes das bibliotecas, ou nos arquivos das faculdades… Esta é mais uma obra,
mas pode diferenciar-se das outras por dar a conhecer as fontes, relatando o
estado actual em que se encontram mas, também, apontando o que é necessário
fazer, corrigir, alterar, para que cada uma delas seja respeitada em toda a sua
dignidade do passado, projectando cada uma delas no presente, como presença
viva, integrada nos cantos e recantos desta cidade que amamos.
Esta obra
questiona, constantemente, o passado para enquadrarmos cada uma das fontes e
para encontrarmos uma justificação para a sua existência no presente, porque
pretendemos com os ensinamentos do passado, preparar melhor o futuro.
Termino com uma
questão:
- Por que não,
uma “rota das fontes”, na cidade do
Porto? Deixamos este repto a quem de direito, porque acreditamos que ouvir o som das fontes ainda será possível,
se todos nós quisermos
Maximina Mª Girão C. RibeiroPorto, 12 Set. 2015

«As nossas memórias -as fontes do Porto»
"Falar sobre a nossa cidade, é ficarmos com a sensação de que a agitamos, que a colorimos [ J É sentir no desafio do futuro a responsabilidade do presente. É o peso de um património que não queremos deixar etéreo, enigmático, sem sentido". E desse (nao) querer nasce um livro que, "além de dar a conhecer um elemento do nosso património construído - as fontes -. também pretende que, conhecendo melhor a sua existência, se goste e se preserve", como assinalou Maximina Girão, uma das autoras de «As nossas memórias - as fontes do Porto», no recente lançamento do livra A obra "questiona, constantemente, o passado para enquadrarmos cada uma das fontes e para encontrarmos uma justificação para a sua existência no presente, porque pretendemos com os ensinamentos do passado, preparar melhor o futuro". Arminda Santos (coordenadora). Luís Pacheco e Rui Clare são os outros autores do volume.
Jornal Artes entre as Letras